Apesar de muitas teorias
absolutamente convincentes para explicar o Paradoxo de Fermi e o grande
silêncio que vivenciamos até agora com relação à vida extraterrestre, alguns,
como David A. Weintraub, da Universidade de Vanderbilt (em Tennessee, nos
Estados Unidos), acreditam que a prova de que a vida existe fora da Terra está
finalmente chegando.
E aí vem aquela pergunta que não
quer calar: como a humanidade vai reagir depois que os astrônomos nos mostrarem
evidências científicas e sólidas para a existência de vida extraterrestre?
Quando os cientistas anunciarem
essa descoberta, só temos uma certeza: tudo vai mudar. E nossas filosofias e
religiões terão que incorporar essas novas informações.
A BUSCA POR SINAIS DE VIDA LÁ FORA...
Os astrônomos já identificaram
milhares de planetas que orbitam em torno de outras estrelas. No ritmo atual de
descobertas, a expectativa é que outros milhões de planetas sejam encontrados
ainda neste século.
Já tendo encontrado os planetas
físicos, os astrônomos estão agora à procura de nossos vizinhos biológicos.
Isso significa que ao longo dos próximos 50 anos, eles irão começar o tentador
estudo detalhado de milhões de planetas à procura de evidências da presença de
vida na superfície, no subterrâneo ou nas atmosferas desses planetas.
E é muito provável que encontrem
o que estão procurando.
Lá nos Estados Unidos foi feito
um levantamento e mais de um terço dos entrevistados disseram acreditar que os
extraterrestres já visitaram a Terra, sem a gente saber. Tipo de visita que vem
sem ser convidada e sai sem dar tchau. Acreditamos que essa proporção não fuja
muito disso a nível mundial. Mas, apesar desse “achismo” de senso comum, a
primeira evidência de vida além de nosso planeta provavelmente não contará com
sinais de rádio, ou com homenzinhos verdes chegando pelo céu com discos
voadores metálicos.
Em vez disso, um Galileu do
século 21, usando um enorme telescópio de 50 metros de diâmetro, vai coletar a
luz das atmosferas de planetas distantes, procurando as assinaturas de
moléculas biologicamente significativas. Algo que não tem exatamente um grande
potencial para virar filme de Hollywood.
O que os astrônomos fazem é
filtrar a luz de longe através de espectrômetros, que são prismas de alta
tecnologia que provocam a luz distante em seus muitos comprimentos de onda
distintos. Eles fazem isso à procura por impressões digitais reveladoras de
moléculas que não existiriam em abundância nesses ambientes, na ausência de
coisas vivas. Os dados espectroscópicos, então, dirão se o ambiente de um
planeta foi alterado de forma que apontam para processos biológicos.
QUAL É O NOSSO LUGAR NO UNIVERSO? SE NÃO ESTAMOS SOZINHOS, QUEM SOMOS
NÓS?
Com a descoberta de um planeta
distante no espectro de luz, com uma substância química que só poderia ser
produzida por seres vivos, a humanidade vai ter a oportunidade de ler uma
página nova no livro do conhecimento. Nós não ficaremos mais especulando sobre
se outros seres existem no universo. Nós saberemos de uma vez por todas que não
estamos sozinhos.
Dá um frio na barriga só de
pensar.
Afinal, uma resposta afirmativa à
pergunta “a vida existe em nenhum outro lugar no universo além da Terra?”
levantaria questões imediatas e profundamente importantes, tanto para as
ciências quanto para a filosofia e teologia, sobre o nosso lugar no universo.
Se os seres extraterrestres realmente existirem, isso significará que a minha
religião, minhas crenças e práticas religiosas não podem mesmo ser universais.
Se a minha religião não é
universalmente aplicável a todos os outros extraterrestres, talvez ela não
precise ser oferecida, nem muito menos forçada, a todos os outros terrestres.
Em última análise, podemos aprender algumas lições importantes aplicáveis aqui
em casa, só pelo fato de considerar a possibilidade de vida fora do nosso
planeta.
David Weintraub investigou os
escritos sagrados das religiões mais amplamente praticadas do mundo,
perguntando o que cada religião tem a dizer sobre a exclusividade ou não
singularidade da vida na Terra, e como, ou se, uma religião em particular iria
funcionar em outros planetas em partes distantes do universo. É o tipo de
pergunta que faz o cérebro de qualquer um ferver!
OS EXTRATERRESTRES PODERIAM SER CRISTÃOS?
Vamos examinar uma questão
teológica aparentemente simples, mas extremamente complexa: os extraterrestres
poderiam ser cristãos? Se Jesus morreu para redimir a humanidade do estado de
pecadores no qual os humanos nascem, a morte e a ressurreição de Jesus, na
Terra, também salvariam seres extraterrestres de todos os seus pecados?
Se for assim, por que os
extraterrestres seriam pecadores? O pecado é item de série no próprio tecido de
espaço e tempo do universo? Ou a vida pode existir em partes do universo sem
estar em um estado de pecado e, portanto, sem a necessidade de redenção e,
portanto, sem a necessidade do cristianismo?
Muitas soluções diferentes para
estes enigmas que envolvem a teologia cristã foram apresentadas na pesquisa de
Weintraub. Mas a verdade é que nenhuma delas satisfaz a todos os cristãos do
mundo.
O MUNDO DOS MÓRMONS...
A Escritura Mórmon ensina
claramente que existem outros mundos habitados e que “os seus habitantes são
filhos e filhas gerados para Deus” (Doutrinas e Convênios 76:24). A Terra,
porém, é um mundo favorecido no mormonismo, porque Jesus, como entendido pelos
mórmons, viveu e foi ressuscitado só na Terra.
Além disso, diz também que os
mórmons só podem alcançar seus próprios objetivos espirituais durante as suas
vidas na Terra, e não em vidas em outros mundos. Assim, para os mórmons, a
Terra pode até não ser o centro físico do universo, mas é o lugar mais
favorecido dele. Tal visão implica que todos os outros mundos são, de alguma
forma, mundos menores do que a Terra.
HÁ ANOS-LUZ DE MECA...
Os pilares da fé para os
muçulmanos exigem que os fiéis rezem cinco vezes por dia, virados para a
direção de Meca. Como determinar a direção certa de Meca pode ser extremamente
difícil em um planeta que fica há milhões de anos-luz da Terra, praticar a
mesma fé em outro mundo pode não fazer nenhum sentido.
No entanto, as palavras do
Alcorão nos dizem que “quaisquer que sejam os seres, nos céus e na terra, devem
adorar a Allah” (13:15). Mas poderia os muçulmanos terrestres aceitar que a
religião profeticamente revelada de Muhammad é destinada apenas para os seres
humanos na Terra e que outros mundos têm os seus próprios profetas?
ASTRÔNOMOS SÃO DESTRUIDORES DE PARADIGMAS...
m certos momentos ao longo da
história, as descobertas dos astrônomos têm exercido uma enorme influência
sobre a cultura humana. Os gregos antigos astrônomos, por exemplo, desachataram
a Terra – embora muitos deles resolveram esquecer esse conhecimento.
Da escola da Renascença, os
estudiosos Copérnico e Galileu colocaram a Terra em movimento em torno do sol e
tiraram os seres humanos do centro do universo.
No século 20, Edwin Hubble
eliminou a própria ideia de que o universo tem qualquer coisa que se pareça com
um centro. Ele demonstrou que o universo tem um começo no tempo e que, curiosamente,
tem um tecido tridimensional, em constante expansão.
Claramente, quando os astrônomos
chegam com novas ideias ousadas para o mundo, eles não brincam em serviço.
Outra nova ideia tão demolidora de paradigma pode estar na luz que chega a
nossos telescópios agora.
Não importa quão religioso ou não
você seja. Em um futuro muito próximo, todos estaremos nos fazendo perguntas
como “o meu Deus é o Deus de todo o universo? Minha religião é terrestre ou
universal?”.
Muitas pessoas terão que
trabalhar para conciliar a descoberta de vida extraterrestre com suas
respectivas religiões, adaptando-se a essa notícia que promete ser bombástica.
Fonte: HypeScience.com